sexta-feira, 25 de junho de 2010

Transportes Alternativos Marcela Miranda - Personagens (8)

São Paulo é uma cidade caótica pro natureza. Trânsito, barulho, fumaça, gente por todos os lados. Mas se o seu destino cruzar com o Fórum da Fazenda Pública Hely Lopes Meirelles, no centro da capital paulista, você pode sair um pouco dessa órbita enfurecida. Basta entrar no elevador da Tamm Lines - Transportes Alternativos Marcela Miranda - e escolher um dos 19 destinos turísticos que a companhia aérea tem para oferecer.

(A simpatia cotidiana de Marcela. Foto tirada desse link)

É assim que a ascensorista que dá nome à Tamm Lines recebe seus visitantes: assim que a pessoa entra no elevador ela diz:

- Última chamada para o voo 3348, portão 1.

A partir daí o "cliente" também participa da viagem e ajuda Marcela a decidir o destino da vez. Cada andar é um destino turístico que pode mudar de acordo com a época do ano ou com os eventos festivos.

- Em 1997 imaginei os andares como estações do Metrô de São Paulo. Naquela época, ninguém queria parar na Estação Carandiru. Aí aprimorei a brincadeira. No verão, escolho falar de praias. No inverno, a atração são as cidades serranas, como Gramado, Canela, Bariloche. Na semana do Dia dos Namorados, o roteiro é romântico, como Viena e Paris. Na Semana Santa é a vez das cidades sacras, como Ouro Preto e São João del Rey.

Marcela trabalha no local há 14 anos e começou com o serviço simultâneo de guia turístico por considerar a atividade chata e enfadonha.

- Era sempre aquela coisa chata de abrir e fechar a porta o dia inteiro. Cansei daquela papo chato de elevador: 'hoje está quente, não?' ou 'será que vai chover?', e resolvi inovar. Coloquei na cabeça que tinha que transformar meu trabalho em algo divertido.

A abordagem de Marcela Miranda é capaz de tirar sorrisos de qualquer um. Quase qualquer um...

- Alguém reclamou para minha diretora e eu tive de parar que parar de falar das cidades. As pessoas me perguntavam o que tinha acontecido e eu respondia que a empresa tinha falido. Sei que deve ter gente que me acha maluca, ams a maioria adora!

E a certeza só se confirmou quando as pessoas penduraram inúmeras faixas na frente do Fórum pedindo que o bom humor de Marcela voltasse. Com a auto-estima nas alturas e a Tamm Lines reestabelecida, a ascensorista voltou ainda mais afiada. Cada cidade é narrada com grande riqueza de detalhes. Os roteiros são elaborados por meio de pesquisas que ela faz em revistas e artigos que coleciona, muitas delas, presentes dos passageiros. Internet? Nem sabe o que é direito. Ela prefere ler e escrever os pontos mais interessantes em um papel. O resultado?

- Próxima parada, Praga. Conhecida pelos seus inúmeros museus, a capital da República Tcheca impressiona pela conservação do seu patrimônio histórico. Não deixe de conhecer a galeria de arte do Castelo de Praga. Obrigada e boa viagem!

Marcela é famosa:

- Os estudantes que vêm aqui sempre recomendam a "viagem" para os colegas. Teve um pessoal de Salvador que veio até aqui só para me conhecer, imagina? Ah, e um advogado que passou por aqui e gostou tanto de viajar comigo que me deu uma viagem com tudo pago para o Rio de Janeiro.

Mas ela não faz isso só pelas viagens.

- Minha maior recompensa é o sorriso das pessoas.

Esse post foi inspirado nas matérias que estão nesse e nesse link. No último, há um vídeo da Marcela em um dia de trabalho como os outros, mas diferente para cada pessoa que passa por ali. Aproveite para entrar na cabine da Tamm Lines e fazer uma viagem. Última chamada para embarque!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Em detalhes

Não necessariamente as mais bonitas, não necessariamente as mais bacanas, mas com certeza algumas das fotos mais interessantes que os meus pais tiraram em Paris!

(A parte de trás da catedral de Notre Dame, tão bonita quanto a parte da frente)

(Uma das coisas que faz de Paris a cidade que é: os detalhes. Aqui, as sacadas de um prédio no centro da cidade)

("A cidade é bem uniforme, toda bege")

(Os comilões estão bem servidos por aqui. Os doces são famosos não só pelo sabor mas pela beleza, tanto da embalagem quanto da comida. Os queijos são tantos que é possível comer um tipo diferente a cada dia do ano)

(Ta achando que Paris é só relíquia? A parte moderna da capital francesa dá direito a arranha céus envidraçados e tudo mais)

(Um momento para se divertir: franceses homenageam um americano)

(A esquerda, uma colorida banca de revista. A direita, uma lanchonete a beira da rua. Reparem que eles nem ousam colocar as cadeiras viradas para dentro: todas têm como paisagem as ruas de Paris)

(Carro incendiado. Meus pais disseram que o evento parecia recente, pois alguns policiais estavam lá perto averiguando o incidente...)
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(O belo Les Invalides)

(Sorbonne, tão imensa que nao cabe na foto)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O que fazer em Paris - 2ª parte

Dois dias de passeio pela cidade luz é quase nada. Visitar a capital francesa e ficar menos de 5 dias, dizem, é um desperdício de dinheiro. Você sai com aquela impressão de quem não conheceu muita coisa e com aquela promessa "depois eu volto com mais tempo" (uma promessa que nem sempre se cumpre). O roteiro dos meus pais, e que bom, ainda tem mais três dias.

3º DIA

Manhã: Île de la Cité. Paris tem duas ilhas no rio Sena, a île de la Cité e a Île Saint-Louis. A primeira, é o coração histórico da cidade. Segundo vestígios, os primeiros habitantes da ilha, os parisii, chegaram lá no século 3 a.C. Ao longo dos séculos, lutas, guerras, construções e populações passaram por lá. Para chegar lá é preciso atravessar a Pont Neuf, a mais velha da cidade. A primeria visão são dois prédios com um espaçozinho no meio que leva até a praça Dauphine e, depois, a Conciergerie (entrada: 6,10 euros + visita à Sanit Chapelle / 9h30 às 18h). A construção é o antigo palácio real. Durante a Revolução Francesa, o local serviu de prisão e abrigou nomes como Robespierre, Danton e Maria Antonieta. Hoje, o local serve como Museu da Revolução.

(Pont Neuf significa "ponte nova". Hoje, porém, essa é a ponte mais antiga de Paris)

É na ilha que guarda a catedral de Notre Dame (entrada: grátis / 8h às 18h45). Ela é o marco zero de Paris, ou seja, a partir dela que são marcadas as distâncias às outras cidades. A construção da catedral terminou em 1220. Ela abriga 9 mil pessoas, tem o maior órgão da França (com 7.500 tubos) e abriga vitrais originais do século XIII. Curiosidade: O romance de Victor Hugo, O Corcunda de Notre Dame, foi lançado em uma época que a arquitetura gótica não era famosa, Com do sucesso do livro a catedral foi reformada.
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(Sente o tamanho da fila pra entrar em Notre Dame... A esquerda e a direita, detalhes da Catedral: peqeunas estátuas desenhadas a porta da construção e os vitrais vistos por dentro - se estivesse lá, era capaz de ficar horas olhando para cada vidro colorido)
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Almoço: Le Grenier de Notre Dame é um restaurante vegetariano daqueles que você esquece que não está comendo carne.

Tarde: Île Saint-Louis. Depois de uma aula de história, atravesse a ponte de São Luís e chegue a outra ilha parisiense. A Île Saint-Louis, na verdade, eram quatro, mas duas delas inundavam de tempoes em tempos. No século XVII, Henrique IV mandou juntar as três e construir um bairro residencial. A ilha já foi o local mais pobre de Paris, mas resurgiu em 1920 ao tornar-se um dos pontos prediletos dos jovens dessa época. Aqui não tem mistério: a ilha foi feita para passear lentamente, admirando as belas fachadas do prédio e se perdendo pelo caminho. O silêncio chama a atenção: os carros são proibidos na ilha.
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(Uma das lindas ruas que você pode ver na Île Saint Louis)

Lanche: A Brasserie de L'Ille St. Louis é um bom local para um lanche. A comida é boa, mas nada de mais, nada de menos. Tome um sorvete também na Berthillon, aonde (dizem) está o melhor sorvete de Paris. Meus pais disseram que é muito caro para uma bolinha mixuruca de sorvete. O lugar vive da fama mesmo...

Noite: Volte pra cidade. Se for quarta-feira, visite de novo o Museu do Louvre. É o único dia na semana que ele abre a noite e a iluminação noturna dá um novo "ar" ao local.

4º DIA

Manhã: Palácio de Luxemburgo. Foi construído em 1615 e sua arquitetura lembra os palácios italianos. A ideia era fazer a rainha Maria de Médicis, pudesse se lembrar de sua infância em Florença. Atualmente, o palácio é a sede do Senado. Os jardins do palácio são tanto ou mais famosos que ele próprio. É o maior parque público de Paris, com 23 hectares de árvores, flores, grama, bancos, fontes e muitas pessoas lendo, praticando esportes ou passeando.

(Minha mãe disse ter a impressão de que o governo francês coloca bancos em volta de jardins e praça para que as pessoas não sentem na grama. Segundo ela, qualquer espaço verde livre enche rapidinho. E junto com as pessoas vem as cestas de piquenique, as bolas de futebol...)

No livro O código da Vinci, certos locais são essenciais a trama. Um deles é a Igreja Saint Sulpice (entrada: grátis/ 8h às 19h30), quase tão grandiosa quanto Notre Dame. Ali está o misterioso gnômon, um relógio de sol que permite a projeção da sombra. A cada solstício ou equinócio ele ilumina um ponto diferente da igreja. O Panthéon (entrada: 7 euros / 10h às 16h30) também está nesse bairro. O edifício tem 83 metros de altura e arquitetura neoclássica inspirada nas construções romanas. É nesse bairro que fica a Shakespeare & Co, que publicou, entre outros títulos, Ulysses, de James Joyce. Por ironia, a mais famosa livraria da cidade vende livros em inglês.

Almoço: O Polidor é um restaurante comum, se não fosse pela sua clientela: era frequentado por Jack Kerouac, Hemingway e, atualemnte, o escritor francês André Gide. O prato do dia varia de 11 a 14 euros. Os demais pratos custam em média 25 euros. Aqui, uma crítica sobre ele.

Tarde: Antes, o nome Beaubourg (bairro bonito) era uma ironia à sujeira, ao barulho e ao caos do local. No século XIX, uma série de obras recuperou as ruas e construções medievais do local, como a Torre de Saint-Jacques. A torre, em estilo gótico, reúne atividades desconexas: é ponto de partida para o caminho de Santiago de Compostela, é ponto de eneontro de místicos e médiuns e é o local onde foi enterrado o alquimista Nicolas Flamel. É nesse bairro que está o Centro Georges Pompidou. Seu projeto foi escolhido por meio de um concurso, que teve 681 inscrições. O campeão - e atual - é um projeto onde todos os elementos estruturais ficam do lado de fora, deixando mais espaço para a galeria. Lá dentro, o Museu Nacional de Artes Modernas.

(A tela a frente do prédio mostra as exposições atuais. Os canos mais grossos é por onde as pessoas chegam ao museu. Foto tirada desse link. Especialmente para a Rê!)
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Lanche: A casa mais antiga de Paris é o restaurante Auberge Flamel. A comida é por menu (entrada + prato + sobremesa) e não à la carte (você escolhe o prato que quiser). O mais barato é o Formules Dejéneur, por 18,50 euros. O chef mistura sabores do mediterrâneo à comida francesa.

Noite: Galerie Lafayette. Sempre que me falavam dela eu pensava em uma galeria bonita, mas modesta, com lojas bacanas, uma coisa mais regional. Quando vi as fotos me assustei. A Galerie Lafayette é gigante, luxuosa e cheia de marcas. Para quem tem dinheiro, hora de ir as compras. Para quem está duro... só um passeiozinho basta.

(Eis a Galerie Lafayette. Prometi aos meus pais não colocar fotos deles. Uma pena, pois tem uma foto da minha mãe, sentada em um banco vermelho, olhando pra cima de boca aberta. Não foi só eu que me espante com o lugar!)

5º DIA

Manhã: Montmartre. O boêmio bairro de Montmartre era, até o século XIX, rural. Ele foi tardiamente reurbanizado, Os burgueses ficaram no centro da cidade e Montmartre tornou-se o vilarejo dos pobre, com pessoas humildes, prostitutas e muitos bares. O clima e as cores locais chamaram a atençaõ de artistas como Renoir, Van Gogh e Picasso, que iam para lá pintar e beber. Na rue du Tertre você encontra artistas pintando e vendendo quadros e dezenas de restaurantes de fachadas simples e coloridas.

O ponto alto (literalmente) do bairro é a basílica de Sacré-Couer (entrada: grátis / 6h às 23h), ou Sagrado Coração. Ela é dedicada a todos os santos da França e tem um imenso mosaico no seu interior. Por ser o ponto mais alto de Paris, tem uma linda vista da cidade. Outros pontos interessantes são os cabarés. O mais famoso, Moulin Rouge, fica longe. Ele abriu em 1889 e era famoso por seus shows escandaloso e dançarinas seminuas. Pode ser frequentado ainda hoje.

(A linda basílica de Sacre Couer e o Moulin Rouge. Um tanto quanto modesto por fora)
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Almoço: L'éte en Pente Douce é um restaurante para almoço, lanches e jantar. Diverso na oferta, no cardápio e nos preços.

Tarde: Madeleine. Bairro importante na vida dos parienses quando se trata de moda, gastronomia e arquitetura. A Capela Expiatoire (entrada: grátis / 13h às 17h) é do início do século XIX e foi erguida em homenagem a família real e às vítimas da Revolução Francesa. Já a Igreja La Madeleine (entrada: grátis / 9h às 19h) é dedicada a Maria Madealena foi encomendada por Napoleão e tem uma das raras pinturas do líder.

(A igreja La Madeleine mais parece um templo gregio romano. Foto tirada desse link)

Os entornos da praça de La Madeleine estão as famosas lanchonetes, lojas de chá e docerias locais. A tarde, forma-se uma fila na frente do Kiosque Theátre: quando sobram ingressos para alguma peça de teatro esse local os vende no mesmo dia da exibição pela metade do preço. Quem se interessa mais por moda, passeie pela rue Saint-Honoré, onde você vai encontrar lojas de grofe como Yves St Laurent e Chloé.

Lanche: Não é o mais barato, mas o Chez Angelina é uma das melhores lojas de chá de Paris.
Aqui, uma crítica do lugar, que insiste a experimentar um chocolate quente.

Noite: Era o último dia e meus pais resolveram não agendar nada. Um passeio final por Paris, a noite, seria o suficiente. Eles acabaram passando pela Torre Eiffel que, mesmo com chuva, estava cheia de gente esperando para ver suas luzes noturnas.

(Na hora que as luzes acendiam ouvia-se um sonoro "ohhhh" dos turostas que estavam por lá)

terça-feira, 15 de junho de 2010

O que fazer em Paris - 1ª parte

Com 5 dias disponíveis e 3 guias de viagem a mão (mais essa infinidade de sites que a gente encontra pela internet), meu pai montou um roteiro por Paris que poderia ser copiado pelas agências de turismo. Talvez, tenha até mais coisas para se fazer do que tempo. E talvez meus pais tenham exagerado nos "lerês" (FREIRE, Ricardo). Eles mesmo admitiram que o cansaço e o tempo gasto em certos passeios - os que mais chamaram a atenção - os impediu de cumprir tudo a risca.

Ao meu ver, é um roteiro quase perfeito para turistas de primeira viagem (só falta incluir um dia para flanar pela cidade...). Para quem se habilita, vou descrever aqui os passeios com preços, as sugestões de restaurantes e dados sobre as atrações turísticas. Hoje, os dois primeiros dias e, sexta-feira, os outros três.

1º DIA

Manhã: Torre Eiffel. Símbolo de Paris, não podia ficar pra depois ne? Como já descrito no blog, a torre foi erguida em 1889 e era, até então, o maior monumento do mundo, com 304 metros de altura. Nas redondezas da torre há uma série de coisas legais para ver. O Palais de Chaillot (entrada: 9 euros / 10h às 18h) é uma delas. O palácio acolhe diversos museus, entre ele o Museu da Humanidade (entrada: 7 euros / 10h às 18h30) e o Museu Naval. Dizem que é de lá que se consegue uma das vistas mais bonitas da torre. Os jardins, lagos e fontes a sua frente, na praça do Trocadéro, também valem o passeio.

(Não preciso nem falar o nome...)

A Ponte d'Iéna fica entre os jardins do Trocadéro e a Torre Eiffel (entrada: 4,50 até o primeiro nível, 7,20 até o segundo e 10,70 até o terceiro / 9h30 às 23h). Ela atravessa o rio Sena e apresenta estátuas de águias napoleônicas em cada um dos seus 4 alicerces. Depois da estrutura há um lindo jardim, o Parc du Champ de Mars. Nas avenidas que cercam o parque estão os endereços mais caros de Paris (imagine o quão caro isso pode ser...). No final, você encontra a gigante École Militaire (escola militar), fundada com o intuito de transformar jovens de famílias nobres empobrecidas em militares.
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(A vista do Parc du Champ de Mars do alto da Torre Eiffel)

Almoço: que tal comer na própria Torre Eiffel? Há duas opções de restaurantes, ambas dirigidas pelo famoso chef Alain Ducasse. O 58 fica no primeiro andar e tem preços mais acessíveis. Um prato principal custa em torno de 17 a 22 euros. O Jules Verne fica no segundo e tem preços mais salgados... A noite, ambos se tornam mais caros. Aliás, uma dica: TUDO fica mais caro a noite. Um almoço de 15 euros pode se transformar em um jantar de 40. Se a grana está curta, vá nos restaurantes pela manhã. A noite, hora do lanche.

Tarde: Os Inválidos e o Grande Palácio. Perto da École Militaire está o incrível Les Invalides (entrada: 7 euros / 10h às 18h), traduzindo, os inválidos. A história é peculiar: depois das guerras do século XVII, Paris ficou cheia de soldados velhos e feridos mendigando na rua. Foi quando Luís XIV resolveu erguer um hospital e um hotel para os soldados aposentados, que ficou pronto em 1674 e abrigou cerca de 5 mil soldados. Depois da construção o bairro ganhou fama e as mansões mais bonitas de Paris.

(Les Invalides e sua famosa torre dourada)

Lá perto, é possível visitar o Museu de Rodin (entrada: 5 - só jardins - ou 10 euros / 9h30 às 17h45), onde está a escultura original de O pensador. A Esplanada dos Inválidos dá uma bela visão do Sena, e do Petit e Grand Palais. A rua St-Dominique é um famoso endereço de compras e artigos de luxo. Bem mais a frente, atravessando a ponte Alexandre III, está o Grand Palais (entrada: 12 euros / 11h às 23h). O local também foi construído por causa da Exposição Mundial de 1900. Ele reflete o gosto dos parisienses pela decoração e ostentação (é só olhar para a cobertura do local, toda feita em vidro). Atualmente, abriga galerias e exposições permanentes e temporárias.

Lanche: Gran Corona, na Place de l'Alma, a alguns quarteirões a esquerda do Gran Palais, é uma boa opção. Lanches, refeições e chás por preços modestos (lembrando que modesto, em Paris, ainda é um tanto caro)

Noite: Passeio em um Bateau Mouche (entrada: 10 euros). O "batô múchi" é um tipo de barco desenhado especialmente para atender ao turista: o teto dos barcos é fechado, as transparente. É uma boa forma de conhecer a cidade!
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(A esquerda, o bateau mouche. O nome, na verdade, é de uma das empresas que disponibiliza o passeio. Existem outras, como as Vedettes du Pont-Neuf, onde meus pais embracaram, a direita. Bem a vontade a guia turística, não? Primeira foto tirada desse link)

2º DIA

Manhã: Museu do Louvre e Palácio Real. Construído no século XII, o Museu do Louvre (entrada: 9,50 euros / 9h às 18h. As quartas e sextas, ele fecha só às 22h) recebeu diversas alas e corredores ao longo do tempo e resultou em um museu de 12,8 quilômetros. A famosa pirâmide de vidro foi sua última aquisição, inaugurada em 1989 pelo presidente Mitterrand. Lá dentro, um pouco (ou muito) de tudo: antiguidades orientais, egípcias, gregas, arte islâmica, ate gráfica, esculturas, pinturas... e pode tirar foto de tudo o que quiser, dede que seja sem flash.
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(Dezoito vírgula oito QUILÔMETROS de galerias! Dá pra entender porque o Louvre não cabe na foto)

Em frente ao museu fica o Arc du Carrousel, erguido por Napoleão Bonaparte como portal para o seu palácio, logo em frente. Em cima do monumento estavam os quatro cavalos da praça São Marcos de Veneza. Quando eles exigiram o retorno, foram colocados cópias. O Palais Royal (entrada: gratuita / 7h às 22h15) fica ao lado do Louvre. Durante sua história ela não teve nada de real, mas foi importante na nobreza francesa. Atualmente, ela abriga uma série de instituições públicas, os antigos edifícios da Biblioteca Nacional (ainda com 6 milhões de obras) e a sala Richelieu, a disposição de atores franceses.

(Palais Royal e suas... estátuas? Obras? Bancos? Quem descobrir, me avisa. Foto tirada desse link)

Almoço: Bistrô Romain, na avenida Champs-Élysées. A comida italiana é especialidade da casa e um prato principal sai por volta de 20 euros. No verão eles fazem um cardápio especial, com comidas leves e sobremesas regadas a frutas e chantilly. O cardápio pode ser acessado pelo site.

Tarde: Arco do Triunfo e Jardim de Tulheries. Como vocês já repararam, Napoleão está por todos os cantos. E ele também foi o responsável pela construção do Arco do Triunfo. A ideia era criar um espaço ao ar livre bem amplo para celebrar suas vitórias. Assim, ele mandou fazer a Avenida Champs-Élysées e, ao fim (como pano de fundo para o espetáculo), o Arc de Triomphe. É possível subir no topo (7 euros / 10h às 23h) para admirar a vista das avenidas que levam até o arco, formando uma estrela: por isso o nome Place de l'Étoile (Praça da Estrela). Na base do Arco está o túmulo do soldado morto, em homenagem a todos os soldados que morreram em guerra. Todos os dias, às 18h há uma cerimônia para troca da chama que fica em cima da estátua.

(Vista do alto Arco do Triunfo: a avenida Champs-Elysées. Ao lado, o túmulo ao soldado desconhecido. A chama do túmulo fica no chão, a altura dos pés)

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O Jardin des Tuileries fica no início da Champs-Élysées. Projetado pelo jardineiro de Luís XIV, em 1664, é um local extremamente bem cuidado e com plantas aparadas constantemente. Mais a frente, em uma avenida transversal, está o "triângulo de ouro" da cidade. O local recebe esse nome devido a grande concentração de lojas de luxo, como Dior, Prada, Chanel, entre outros. Ali do lado está o Palácio da Descoberta (entrada: 6,50 euros / 9h30 às 18h30), museu dedicado à explicações interativas sobre a ciência. O local também abriga um planetário.

Lanche: As vezes, é preciso fazer uma extravagância. Vá ao Ladurée Champs-Elysées. A loja foi fundada em 1862 e é especializada em doces, principalmente nos macaroons. Foi por isso que ela apareceu no filme Maria Antonieta, de Sofia Coppola. Macaroons eram os doces preferidos da princesa austríaca.

Noite: Para relaxar, uma voltinhas nas galerias Vivienne e Colbert. Decoração, livraria, acessórios de moda, salão de beleza, roupas, bijoux...
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(Lembra da parte "meus pais admitem que não conseguiram fazer tudo que estava no roteiro? Pois então, essas galerias ficaram fora. Mas a Lafayette entra... no próximo post. Foto tirada desse link)

sábado, 12 de junho de 2010

Romance de Hollywood

Uma paradinha na seção "Europa" para um especial Dia dos Namorados. Durante a semana colecionei uma série de links e sites com sugestões de locais bacanas para comemorar a data, de restaurantes diferentes a cidades novas. Por fim, optei pela ideia mais divertida: que tal transformar seu Dia dos Namorados em um filme de Hollywood? A primeira providência é escolher um cenário cinematográfico.

Quem não se lembra de A Lagoa Azul, história - exaustivamente repetida na Sessão da Tarde - na qual duas crianças que sobrevivem a um naufrágio crescem juntas e acabam se apaixonando? O cenário paradisíaco é a Turtle Island, nas ilhas Fiji, que ficou muito famosa depois do filme. A ilha tem um resort luxuossísimo especializado em atender casais.
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(Gruta da Turtle Island. A ilha é famosa pelos locais que oferece para a prática de mergulho. Foto tirada desse link)

Já o filme Antes de Amanhecer é como um romance de verão: tórrido, daqueles que chegam e acabam rápido, mas deixam sua marca. Na história, dois jovens se conhecem em um trem que sai de Budapeste em direção a França. Mas é em Viena, na Áustria, que eles vivem uma história de amor. O primeiro beijo acontece em uma roda gigante no parque Prater. Os outros beijos e demias... bem... acontecimentos, também tem Viena como cenário. A música clássica é item quase obrigatório no país de mestres como Mozart e Beethoven.

(A continuação Antes do Pôr-do Sol, se passa em Paris. Mas Paris e dia dos namorados já seria óbvio demias. Foto tirada desse link)
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Tóquio é a cidade de Encontros e Desencontros, e talvez um dos filmes que melhore realiza a composição entre história e cenário. Um ator decadente se encontra com uma jovem e insatisfeita recém casada. Ambos sentem-se solitários e deslocados naquela cidade e imensa, e também dentro de si mesmos. Infelizmente, Tóquio aparece menos que o hotel Park Hyatt Tokyo, onde foram gravadas as cenas.

(Na verdade, é bem fácil se perder em uma cidade dessas... Foto tirada desse link)

Ilha espanhola que ganhou fama depois das gravações de Lúcia e o Sexo é Fomentera, vizinha da famosa Ibiza. São 69 quilômetros de praias com águas azuis á la Grécia. A personagem principal protagoniza diversas cenas de sexo nas lindas praias da ilha - mas essa parte fica a gosto do casal.

(Lúcia e sua ilha paradisíaca. Um filme deveras "caliente"... impróprio para menores, eu diria. Foto tirada desse link)

Se o romance é proibido o local é a cidade de Kananaskis County, no Canadá, locação de O Segredo de Brokeback Mountain. No filme dois peõs vivem um amor proibido - e reprimido - durante 20 anos. Como mostra o longa-metragem, o local é ideal para a prática de cavalgadas e acampamentos selvagens.

(A época, o romance homossexual do filme levantou polêmicas. Foto tirada desse link)

Minha dica: Quer lugar mais charmoso do que a Grécia para namorar? As suas lindas águas azuis, casinhas brancas e vegetação cheia de cores e flores é retratada com maestria no filme Mamma Mia!. Skopelos é o nome da ilha onde o musical foi filmado. É um local isolado e, para chegar lá, é peciso percorrer um caminho de terra de cerca de 500 metros. No filme, a filha da dona de um hotel, prestes a se casar, decide descobrir quem é seu pai, convidando os três antigos namorados de sua mãe para uma estadia na Grécia.

(Sente só a cor da água! Barcos como esse podem ser alugados. A pesca é comum na região e o turista pode, inclusive, acompanhar um pescador em um dia de trabalho. Foto tirada desse link)

Para você que ficou imaginando quais sites fizeram parte da minha coleção, são eles:

1. Quimbombó, o restaurante argentino feito para casais (mesmo quando não é dia dos namorados)
2. Seu sonhe é casar em uma ilha paradisíaca? O Caribe tem boas opções!
3. Dicas de três ótimos destinos brasileiros: Angra dos Reis, Costa do Sauípe e Serras Gaúchas. O link ainda traz uma breve explicação sobre a origem do Dia dos Namorados no Brasil e no exterior, que é comemorado em 14 de fevereiro.

terça-feira, 8 de junho de 2010

É a idade!

A situação da população europeia é crítica. Isso porque ela está envelhecendo gradativamente. Se a alguns anos falar que o velho continente iria sofrer com o exceso de idosos parecia falta de respeito, hoje, percebe-se que o assunto precisa sim ser debatido com a devida preocupação.

(Com o passar dos anos, uma cena com essas fica ainda mais difícil, pois são as mulheres que vivem mais. Foto tirada desse link)

É visível. Lembro de quando fui para Portugal, em agosto de 2007, e visitei pequenos vilarejos do interior. Esses locais tinham pouquíssimas crianças. Ao contrário, era comum ver um velinho simpático andando pelas ruas de pedra ou duas comadres conversando na porta de alguma casa.

A vila de Junqueira, onde morava meu avô, é uma daquelas aldeias que vai acabar desaparecendo. No local moravam cerca de 40 pessoas. Entre elas, uma única criança. Não há jovens, pois todos vão estudar em cidades maiores. Quando se formam eles não voltam, pois não há emprego. Viram adultos moradores de centros urbanos. E o número 40 diminui a cada dia, pois os idosos vão morrendo e seus filhos, ao invés de voltar, vendem a casa que restou.

Em Junqueira, havia uma escolinha que ia até os 6 anos de idade, quando as crianças devem ir para outras cidades estudar. Ela fechou por falta de alunos. Esse processo começou em 2005, quando o governo português passou a fechar escolas maternais com menos de 20 alunos. Segundo o secretário de Estado da Educação de Portugal, João Mata, as 2500 unidades encerradas eram escolas "sem recursos adequados e onde as condições de ensino e de aprendizagem suscitavam em insucesso e abandonos escolares". A lei desagradou a população e é fortemente discutida no país até hoje.

Mas não mudou. Perto de Junqueira há sete vilas próximas e só uma tem escola. A outras foram fechadas. Agora, o governo manda vans escolares buscarem as crianças em suas casas todos os dias.

Meus pais, que voltaram do velho continente há pouco tempo, sentiram isso de perto. nas grandes capitais o problema mal se nota: há jovens por todos os lados e uma população extremamente ativa. Nas cidades um pouco maiores, o idosos estão em grande quantidade. Mas é nas pequenas vilas que vemos o que a gente tanto lê nos livros de geografia, mas não consegue visualizar. É um movimento de dentro pra fora que o turista do roteiro comum talvez nem perceba.

(Casa em Junqueria. Apesar da beleza, muitas já estão abandonadas)

Tendência mundial

Alguns motivos contribuem para o envelhecimento da população. Um deles é o crescimento da expectativa de vida. Enquanto a população europeia morria aos 45 anos em 1900, hoje ela ostenta uma expectativa de vida entre 75 e 80 anos. No Brasil, observa-se algo semelhante. Segundo dados do IBGE, em 1900 um brasileiro vivia em média 33,7 anos. Em 2000, esse número pulou para 68,5 anos. O crescimento da expectativa de vida foi causado, entre outros fatores, pelas melhores condições alimentares e sanitárias e pelos avanços na medicina.

O outro motivo para o envelhecimento é a queda da taxa de fecundidade. Segundo dados de 2008 do IPEA, na década de 1960 a média brasileira era de 6 filhos por mulher. Em 2007, o número caiu para 1,9. Na Europa é ainda menor. A Itália tem as piores projeções: 1,2 filhos. Diversas entidades já demonstraram que para a população de um país manter-se estável, é preciso que cada mulher tenha ao menos 2,1 filhos. Nenhum país europeu, porém, passa no teste.

A Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa afirma que o envelhecimento da população é um dos maiores desafios que o continente enfrenta. A mão de obra na Europa já está escassa: a cada 4,4 pessoas com idade para trabalhar há uma pessoa idosa. Isso sem contar os gastos desses países com médicos, seguro-saúde e aposentadoria.

Se o problema já é grande quando pensamos dentro de uma lógica brasileira, imagine na Europa, que garante todos os direitos de seus cidadãos! Não estou dizendo que os países não devam fazer isso, principalmente se eles pagam tantos impostos. Mas sabemos que um país pode ficar "capenga" quando seus gastos orçamentais se elevam muito.

(Hoje, um dos maiores desafios é assegurar os direitos dos idosos, como desfrutar de assistência especial do governo e envelhecer com dignidade. Foto tirada desse link)

E o problema vai além do financeiro, pois o país começa a criar uma cultura ao redor de toda essa "segurança social". Segundo minha própria minha tia, que mora em Porto, as pessoas estão ficando preguiçosas. Meus pais demoraram 2 dias para conseguir uma procuração pois a funcionário não conseguiria atender o incrível número de 4 pessoas em menos tempo. Quando alguém perde o emprego ela permanece assim por meses a fio, já que o seguro desemprego dura 3 anos. Até a comida dos doentes eles levam em casa. Acho todos esses benefícios ótimos, se querem saber. São frutos de lutas de uma população lutando pelos impostos que pagam. Mas essa cultura quase assistencialista, um dia, pode se tornar insustentável.

DICA: A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra realizou um estudo do perfil de envelhecimento da população portuguesa. A ideia é, por meio dessa pesquisa, identificar as peculiaridades dessa "geração" e, assim, proporcionar um maior bem estar para essa população. Para quem quiser se aprofundar no assunto é só entrar nesse site.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Impressões sobre a cidade de Paris

Na sala aqui de casa, muitas barras de chocolate europeu e lenços franceses. Nos arquivos do meu computador, exatas 2.375 fotos. Na memória do meu pai e da minha mãe, que acabaram de voltar de uma viagem pela Europa - 12 dias em Portugal e 5 na França - muitas lembranças.

Como Portugal já era um destino conhecido, dessa vez foi Paris que chamou todas as atenções. Por telefone, enquanto eles ainda estavam lá, escutava minha mãe falar maravilhada da cidade: "aqui é lindo, só vendo para entender". Sinceramente, sempre tive um pouco de preguiça dessa coisa de Paris é a cidade mais linda do mundo e blá blá blá. Para mim, a tradição falava mais alto. Mas nunca imaginei escutar a minha mãe falando daquele jeito. Podeia sentir na voz dela que era verdade: Paris é deslumbrante.

(O símbolo dos símbolos. Como visitar a cidade sem ir à Tour Eiffel?)

Aqui, as impressões deles sobre a cidade. Prometo depois um relato completo de todo o roteiro, com muitas fotos e informações:

"O metrô de Paris é como um queijo suiço. Cheio de buracos, vai pra quelquer lugar. São 16 linhas. Mas não sei como a Luciana [da novela "Viver a Vida"] fazia para se locomover com tanta facilidade porque nem tudo é tão acessível assim para o cadeirante. Nem todas as escadas têm esteira rolante."

"É tudo subterrâneo. O metrô, estacionamentos e muitos banheiros dos restaurantes e bares. Alguns são bem nojentos e não tem nem vaso, só um buraco."
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"A cidade é suntuosa, grandiosa, histórica. Ela é cheia de monumentos, estátuas e coisas de valor. É tanta estátua que chega a incomodar."
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(Exemplo dessa mania de grandeza. Tem quatro estátuas douradas como essa em uma só ponte, cada uma de um lado)

"Os prédios também são imensos. Eles não podem ter mais de 8 andares, mas alguns são tão largos que não cabem nas fotos. E são todos da mesma cor, meio bege meio palha. A cidade toda tem quase a mesma cor. Tudo bem suave e bonito."

"A gente só conseguiu ver a parte de obras italianas do Museu do Louvre. Ele é imenso. O museu tem fomato de "U" e parece que tem 1 quilômetro de extensão. A gente sempre pensou que o quadro da Monalisa fosse grande também, mas ele é pequeno: tem menos de um metro. E só conseguimos chegar perto da Monalisa porque formos às 6h da tarde e estava relativamente vazio."

" - Fizemos um passeio naqueles carros vermelhos de city tour, o car rouge.
- Deve ter gente do mundo inteiro. Quantas línguas o carro falava?
- Cinco."

"A graça dos doces franceses, e de toda a Europa, é que eles não são enjoativos porque não são tão doces. Comemos meia dúzia de macarons sem enjoar. Eles reclamam com razão que no Brasil tudo é doce demais."

(Uh lá lá! Foto tirada desse link)

"As lojas de doces são aconchegantes e apetitosas. Nunca vi nenhuma parecida aqui no Brasil."

"Também comemos o melhor sorvete de Paris na sorveteria Berthillon, na Île Saint-Louis. É bom mas é muito mixuruca, vem uma bolinha de nada."

"Em Paris é tudo muito caro. A gente sentava pra tomar dois cafés e uma água dava 12 euros, quase 30 reais. Com uns 15 euros a gente almoçava em Portugal, com comida farta e vinho tinto."

"As galerias são caríssimas. No nosso caso, foi entrar só pra ver mesmo."

"Eles são muito cuidadosos com o turista. O Arc de Triomphe estava em reforma e, pra não ficar feio, eles tiraram fotos imensas da escultura e colocaram na frente dos andaimes. De longe você nem acha que não é original."
(Ta vendo essas imagens, em cada lado do arco? Atrás delas você pode ver os andaimes usados para a restauração do monumento)

"Os franceses realmente não fazem questão nenhuma de conversar em outra língua. Eles não tratam ninguém mal, ao contrário, são muito respeitosos, mas você está falando uma língua que não é o francês eles não se esforçam. Nos hotéis de Portugal quase todos os atendentes falavam português, inglês e francês. Na França pouquíssimos falavam outra língua."

"O francês é um povo bem simples. Eles não gostam de chamar atenção e são bastante discretos."

" - Nos fins de semana os parques ficam apinhados de gente. Aonde tem grama tem gente sentada. É uma farofa como a dos brasileiros.
- Igual mineiro em Guarapari?
- A mesma coisa. passam o dia inteiro lá, levam comida, fazem piquenique, brincam, dançam forró, tomam sol. A única diferença e que no final do dia todo mundo joga seu lixo no lixo."

"Tem gente de todas as nacionalidades em Paris, e brasileiro pra tudo que é lado. No hotel [Ibis] a gente conversou com vários. Vez ou outra a gente entrava no elevador e falava bonjour. As pessoas respondiam bonjour e começavama a conversar em português. Aí a gente dizia: bom dia!"

terça-feira, 1 de junho de 2010

Histórias de aeroporto

Aeroportos são sempre interessantes. Quando preciso ir a um o faço de bom grado. Aqui em BH, o problema é a distância, já que o Aeroporto Internacional de Confins fica a quarenta minutos da minha casa quando o trânsito decide cooperar. Mas não faz mal. Adoro ir a aeroportos!

(Uma imagem do lado de fora do Aeroporto de Confins. Foto tirada desse link)

As lojas são sempre muito legais. Isso porque os aeroportos são centros de compras diferentes. Sua estrutura comercial foi pensada de forma a atender o viajante e, assim, oferece um conjunto de produtos que você não encontra (juntos) em nenhum outro lugar. Em um aeroporto você sempre encontra: uma ótima livraria, lanchonetes com coisas gostosas e fáceis de carregar, uma mega doceria com balas, chocolates e afins, lojas de artesanato com produtos e souvenirs típicos da cidade onde você está, estabelecimentos com as bugigangas mais diversas.

Além disso tudo há as free shops, aquelas lojas imensas com grifes e produtos de marca que você pode comprar a vontade. Se os produtos durante a viagem podem estar sujeitos a cobrança de impostos e revisão da alfândega, nas free shops ta tudo liberado (sem exageros, claro). Uma dica: as melhores seções são as de perfumes, chocolates e bebidas alcóolicas, com marcas diferentes a preços acessíveis.

Outro motivo para gostar de aeroportos é a possibilidade de encontrar pessoas estrangeiras. Assim que escuto alguém conversando em uma língua que não o português fico atenta para ver se entendo o que ela está falando. As vezes beiro ao ridículo, quase perseguindo a pessoa, mas fingindo sempre que a proximidade entre nós é uma mera coincidência.

Mas acredito que a principal razão para gostar de aeroportos é o próprio movimento. As pessoas estão naquele local por diversos motivos. Assim como na música de Milton Nascimento (não que eu goste dela), tem gente partindo, chegando, se despedindo, se vendo novamente. Tem gente que faz uma grande festa ao rever um amigo antigo. Tem gente que viaja tanto que estar ali não passa de uma rotina. Sempre fico imaginando a história dessas pessoas: quem são, o que fazem da vida, para onde foram, o que trazem de volta.

Nesse quesito, sempre me detenho mais na ala dos que ainda vão viajar. As pessoas no chek-in ou na sala de embarque. Afinal, a ida costuma ser mais emocionante que a volta. Tanto que as pessoas sempre estão, mesmo chorando, com um olhar que varia entre o empolgado e o temeroso: loucas para sair dali e sem saber o que vão encontrar pela frente. As roupas e as malas as vezes dizem muito. Um terno? A negócios. Bagagem nas costas? Vai partir para um mochilão. Uma necessaire cheia de remédios? Deve estar com a família.

Claro, a sensação não é a mesma quando você está em um aeroporto a espera do seu voo por mais de três horas. E quanto maior a espera, menor parecem as lojas. Dependendo da demora, nem um shopping inteiro seria suficiente. É por causa dos atrasos que esses locais trazem lembranças ruins para muitas pessoas. O jeito é tentar aproveitar. Lembre-se que sempre há uma boa livraria por perto para uma palavra cruzada e uma mesinha, ali perto daquela lanchonete, para você pedir um salgado, um café e passar o tempo.