sexta-feira, 29 de junho de 2012

Embaixo das cachoeiras

As Cataratas do Iguaçu estão entre as paisagens mais impressionantes que já vi na vida. É um daqueles passeios que não se explica e que mais vale a pena insistir para o seu amigo ir do que tentar fazê-lo entender. Após um passeio incrível pelo Parque Nacional, de um sem número de fotos de arco-íris e de um banho de água fria não intencional, a gente resolveu ver as Cataratas por outro ângulo. Mais especificamente, pelo ângulo de quem está dentro dela.
(O nosso carrinho e os blogueiros, ainda secos)

O passeio na embarcação do Macuco Safari começa com um trajeto por entre as matas que preservam o local. Trinta minutos depois os monitores já avisam: hora de trocar de roupa ou de se preparar para o banho. Eu me encaixava mais na segunda opção. Deixei meus pertences no banco e coloquei o colete salva-vidas.

Eu me diverti a beça, mas sei que esse não é um passeio recomendado pra todo mundo. O motorista do bote inflável veleja rápido e o barco dá grande pulos devido as a força das águas. Tem hora que ele faz curvas que nos faz pensar que vamos todos virar e ser levados pela correnteza. A hora mais tensa, claro, é quando ele acelera em direção às cascatas. Nessa hora a gente fica com medo que alguém caia, medo que o barco perca a direção, medo que ele perca o freio. Tem muita gente que não gosta... Eu tremi... mas depois que vi que não tinha volta, resolvi não pensar em nada disso e aproveitar o passeio (se não fosse mais voltar, pelo menos não teria sofrido por antecipação).

Dizem que as pessoas que ficam mais perto da morte, se sentem ainda mais vivas. Se o medo não te consumir e você souber aproveitar o passeio, vai se sentir vivo cada minuto. O vídeo abaixo foi feito pelo Alex do The Minute Tour e fala por si só.



Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e nos acompanhou em todas as aventuras!

terça-feira, 26 de junho de 2012

A força das Cataratas do Iguaçu

Quando a gente é criança, tudo nos faz ficar de boca aberta. Um escorregador gigante, uma bola de neve, a sensação de colocar os pés no mar. Com o tempo vai ficando cada vez mais difícil ver algo que nos deixe verdadeiramente atônitos. Não posso dizer o mesmo de mim porque sou meio besta (mesmo) e acho graça em muita coisa banal. Céus cheios de nuvens, estradas verdes e sinuosas, pessoas felizes cantando em voz alta... são coisas que me fazem ganhar o dia. Mas poucas vezes me senti tão extasiada quanto o dia em que visitei as Cataratas do Iguaçu.

(As cores dos arco-iris se misturavam aos litros e litros d'água e ao barulho das cascatas)

Para entender o que são as Cataratas, imagine uma cachoeira comum. Agora multiplique o número de quedas por cem e a força das águas por cinquenta e você vai estar perto do que acontece ali. Para ser mais exata, as Cataratas são compostas por 275 quedas que, juntas, geram um fluxo de 1,5 milhões de litros de água por segundo. Os números me ajudaram um pouco a entender o tamanho, mas eles seriam só números se eu não tivesse ido lá. É preciso sentir.


Caminho das águas

As Cataratas estão dentro do Parque Nacional do Iguaçu, uma unidade de conservação que preserva a Mata Atlântica que ainda resta no local, um dos mais importantes (e limpos) afluentes do Rio Iguaçu e as lindas cachoeiras que enchem os olhos dos turistas.

(A água é mesmo o símbolo do local e está presente em tudo, da entrada do parque aos souvenirs das lojinhas de conveniência)

Me disseram que para chegar até a Garganta do Diabo, a maior queda das Cataratas, era preciso andar um bocado por dentro do parque. Imaginei que demoraria um pouco para ver a primeira cascata, apesar de o barulho das águas parecer cair tão perto da gente. Mas logo na primeira descida encontrei um conjunto de cachoeiras maior do que qualquer outra que já tinha visto. E olha que aquilo era apenas o início do passeio.


O caminho sinuoso, recortado entre as árvores, era cheio de espaços abertos e pequenos mirantes. Afinal tem queda d'água para todos os lados. Algumas são pequenas. Outras são tão grandes que ao bater no rio acabam subindo de novo e formando pequenas nuvens em forma de vapor.


Ao longo do caminho, placas indicam aos turistas para não ficarem preocupados se sentirem gotas caindo do céu. Não é chuva, mas uma leve garoa que chega até a mata devido a força das águas. Outro fenômeno comum - que nenhuma placa avisa - é a formação de arco-íris. Enorme, eles pareciam começar nas matas e terminar no meio do rio.

(Parada em um dos mirantes para apreciar o que a água e o sol sabem fazer de melhor)

Do lado brasileiro

A rivalidade entre Brasil e Argentina não acontece só no campo de futebol. Parte das Cataratas está na nossa terrinha, e parte na terra dos hermanos. A maior parte das pessoas diz que do lado de lá é mais bonito. Isso eu não sei. Mas posso garantir que a caminhada pelo lado brasileiro vale muito a pena.

O caminho termina em uma passarela que conduz o visitante até o meio do rio, em frente à Garganta do Diabo. Atenção: se você quiser aproveitar o visual de verdade, vai se molhar por inteiro, isso eu te garanto. A capa de chuva ajuda bastante e usar roupas impermeáveis também é uma excelente opção. Mas se você quer sair seco... só levando outra roupa para trocar depois.


Se quando eu cheguei na passarela já tinha os cabelos molhados, no meio dela eu estava completamente encharcada. Mas eu não tava nem aí...! Não ia fazer o passeio com pressa por medo de me molhar. Fui, voltei, fui de novo, tirei um monte de fotos, parei tudo para olhar a paisagem, perdi o rumo... É um caminho estonteante! O barulho é intenso e dá pra sentir a força das águas. Em alguns momentos eu vi arco-iris ao meu redor. Não há nada que pague uma experiência como essa...

 (Não é a melhor foto do mundo, mas ilustra um pouco a situação: dá para ver que a minha calça estava toda molhada. Não aparece muito, mas a blusa, o cabelo e a pele também. Mas quem se importa?)

Depois de um passeio desses é fácil entender porque as Cataratas do Iguaçu foram eleitas como uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. Nada é capaz de transmitir a sensação de estar no meio desse lugar. Nenhum texto, nenhuma foto. Aliás, esse é um dos lugares que nos fazem lembrar porque a gente viaja ao invés de ficar no sofá trocando os canais do controle remoto. O vídeo abaixo é uma tentativa modesta de faze uma panorâmica das cachoeiras, ainda no primeiro mirante do trajeto.


Ao final do passeio, fomos almoçar no restaurante Porto Canoas. Apesar da comida estar deliciosa, me servi rápido, comi pouco e fui para o terraço me secar no sol. Estava morrendo de frio, mas realizada!


Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e nos acompanhou em todas as aventuras!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Influência dos blogs de viagem

95,9% dos brasileiro que usam internet acessam blogs, o que faz o Brasil ser o país com maior acesso a blogs em todo o mundo. Desse enorme universo de internautas, 10% deles buscam conteúdos relacionados a viagem. Esses são dados de uma pesquisa lançada pela Boo-Box, a primeira empresa brasileira de tecnologia para publicidade e mídias sociais, em junho desse ano. Esses e outros dados mostram claramente como os blogs de viagem vem crescendo na internet.

(Parte da pesquisa da Boo-Box. Para ler todo o conteúdo é só clicar aqui)

Fui conhecer esses e outros dados durante o 1º Encontro Internacional de Blogueiros de Turismo (Eibtur) que aconteceu em Foz do Iguaçu entre os dias 13 e 15 de junho. O evento tinha como objetivo principal reunir blogueiros nacionais e internacionais para discutir os rumos dos blogs de viagem.
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É fácil perceber que a internet está influenciando o mundo do turismo. Todos nós já pesquisamos o preço de uma passagem de avião, fizemos reserva de hotel a partir de um site de busca ou procuramos informações de passeios sobre uma cidade. Se alguém ainda não o fez, com certeza conhece alguém que já experimentou. Mas o impressionante foi ver como os internautas recorrem a blogs para buscar opiniões e dicas de viagem.
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(Pint screen da página do TripAdvisor, uma das maiores redes de viajantes do mundo. As resenhas e opiniões geradas no site são responsáveis pela decisão das pessoas em todo o mundo)

Mas porque a consulta a blogs e redes de viajantes é cada vez maior? Simples. As pessoas que estão por trás dessas mídias são... pessoas. Elas são reais, feitas de carne, osso, foto e perfil. Não são como sites que defendem uma marca. Também não são agências de turismo que querem vender um destino para obter uma parcela de lucro. 
A maior parte dos blogueiros começou por paixão, pelo simples desejo de compartilhar suas experiências. Mesmo quem vive disso (sim, há pessoas que vivem disso) tem autonomia para dar sua opinião e contar o que viu e o que não viu, o que comeu e o que não comeu, o que gostou e o que não gostou. E em um mundo tão impessoal, os internautas estão buscando pessoas reais. E essas pessoas reais, meu caro Watson, somos nós.
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Todos temos o poder de influenciar os outros. Fazemos isso o tempo todo, com amigos e familiares. Mas a minha verdadeira preocupação é que, na internet, esse poder é multiplicado. Como? Outra pesquisa mostra que mais de 50% dos internautas afirmam que uma resenha gerada por um viajante já influenciou a sua decisão de compra. Pensar que algo que eu escrevo pode ser responsável pela decisão de uma pessoa é importante para entender minha responsabilidade. Responsabilidade com o conteúdo, com os comentários, com as imagens e, principalmente, com as opiniões.
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(Blogueiros (reais) reunidos no 1º Eibtur com as Cataratas ao fundo. Foto: Pedro Serra - Blog Sem Destino)

Blog de viagem é um veículo de comunicação que não precisa de relevância jornalística. Os textos não precisam de gancho, entrevistados, aspas ou dados. Podem fazer isso tudo, claro, mas não se resumem a isso. Blogs de viagem precisam mesmo é de contar uma experiência. Blogueiros de viagem podem dar a sua opinião, podem usar adjetivos para falar bem, para falar mal... mas têm de reler o texto mil vezes antes de postar. Blogueiro de viagem tem de deixar claro se o post é pago ou não e se viajaram para o lugar ou se estão falando pela voz de outra pessoa. Os blogs são um campo em construção e os blogueiros podem inventar, testar, apostar em novas tendências... só não podem deixar de ser sinceros e éticos.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Blogueiros de viagem reunidos em Foz do Iguaçu

Duas das Sete Novas Maravilhas da Natureza são nossas. E é para uma delas que embarco amanhã. Sempre foi um sonho conhecer as Cataratas de Foz do Iguaçu. Imagine 275 quedas d'água caindo em um mesmo lugar. Deve ser uma imagem impressionante... É uma daquelas paisagens que todo mundo deveria ver, ao lado das praias de Fernando de Noronha, do Grand Canyon e das geleiras da Antártica. Eu ainda não vi nenhuma delas. Por enquanto.

 (Essa foto ainda não é minha. Ainda. Foto tirada desse link)

O objetivo da viagem, mais do que turístico, é profissional: entre os dias 13 e 15 de junho acontece o 1º Encontro Internacional de Blogueiros de Viagem, o Eibtur. O evento vai contar com palestras interessantes sobre o mundo do turismo e as novas formas de comunicação. A ideia é refletir o papel dos blogs em um mercado que movimenta aproximadamente 10% do PIB nacional. O Eibtur vai servir também como espaço de encontro para profissionais do mundo todo trocarem experiências. Uma ótima oportunidade para conhecer os blogueiros que eu sempre converso, mas nunca vi (mundo estranho esse, não?).

Meu avião parte às 7h da manhã. Isso significa que, muito provavelmente, vou chegar ao evento destruída pois o único horário que terei para arrumar as malas é de madrugada, antes das 4h da manhã, horário em que minha irmã me propôs a levar ao aeroporto. Mas tudo bem. A viagem sempre vale a pena!