terça-feira, 31 de julho de 2012

Promoção: Quer ver o mundo de outro ângulo?

Você já voou? Sabe como é tirar os pés do chão, abrir os braços no céu e sentir o vento frio lá de cima? Eu sei. Tive a oportunidade de fazer um voo de paraglider em maio de 2010, no Topo do Mundo, município de Brumadinho. Contei tudo no blog (nesse e nesse link), com direito a muitas fotos. É uma sensação deliciosa... sem contar na paisagem linda que se tem lá do alto.

E aí, já se convenceu? Então prepare o fôlego e participe da promoção do blog Eu mundo afora e da escola de parapente Base da Nuvem. No dia 15 de agosto, vamos sortear um voo de paraglider no Topo do Mundo! Para concorrer é só seguir as instruções abaixo:


Para participar é só...

1) ... acessar esse link e curtir a página de facebook do Eu mundo afora.
2) ... acessar esse link e curtir a página de facebook da Base da Nuvem.
3) ... compartilhar a imagem acima na sua página de facebook.

Observações importantes:

  • Não é preciso compartilhar as fotos das duas páginas.
  • Quem curtir só uma página não concorre à promoção.
  • O sorteio será realizado no dia 15 de agosto.
  • O nome do ganhador será publicado nas páginas de facebook dos realizadores. O contato inicial será feito via facebook e o ganhador terá uma semana para responder à mensagem e informar outros dados.
  • O ganhador terá até um mês para realizar o voo.
  • Caso o ganhador não possa comparecer, poderá transferir o prêmio para outra pessoa mediante contato direto com o Alexandre, instrutor da escola de parapente Base da Nuvem.
  • Outros custos, como transporte, não estão incluídos.

Boa sorte a todos os candidatos! =)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Vida em movimento

Da primeira vez que fiz intercâmbio ainda estava na faculdade e o meu "sejour"de seis meses na França não ia mudar lá muita coisa. Ia atrasar o curso, ia para de estagiar por um semestre, mas não tinha o sentimento de estar perdendo nada por isso. Tudo voltaria a ser como antes (tudo, menos eu mesma, claro).
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(Sempre de volta à minha bela Belo Horizonte)

Pois bem, daqui um mês embarco para Sevilha e essa frase vem me causando um sentimento estranho porque, dessa vez, eu sinto que vou perder algumas coisas. Gosto muito da vida que levo em beagá, dos amigos que tenho, dos trabalhos que faço, das minhas semanas nada rotineiras e do aprendizado constante... e n
ão faço ideia do que vai acontecer com isso tudo. Nem quando eu for e muito menos quando eu voltar.

Então, pergunto: e se eu ficasse por aqui? Como seria minha vida no próximo ano? E vejo que deixaria de passar uma temporada em uma das cidades mais bonitas que já conheci. Vejo que não teria a oportunidade de viajar para tantos países diferentes e nem de aprender uma nova língua. Isso sem falar nas culturas que ia conhecer, nas comidas estranhas que ia experimentar, nos amigos que ia fazer... Há perdas e ganhos dos dois lados. No momento, e
stou jogada a sorte e isso me deixa feliz.

Pensar nisso m
e faz lembrar uma série de vídeos feitos por três viajantes a pedido da agência STA Travel Austrália. Foram 44 dias, 11 países, 18 voos e 38 mil milhas para realizar vídeos baseados em três conceitos: movimento, aprendizado e comida. É um resumo interessante do que acontece em uma viagem quando as pessoas estão dispostas a se deixar levar. E é também um resumo do que se passa na minha cabeça sempre que alguém me pergunta se deveria fazer um intercâmbio: o que ainda está fazendo aqui?

Move

Learn

Eat

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A graciosa Colonia del Sacramento

Colonia del Sacramento é uma inspiração ao romantismo. E para iniciar a visita à charmosa cidade, nada melhor que entrar pelo portão principal, chamado Puerta de La Ciudadela. A porta e a ponte, estendida sobre o fosso, o forte, os pilares de pedra, os muros... tudo forma um maravilhoso espaço de interesse histórico e turístico.

(Atravessar a Puerta de la Ciudadela é como entrar em outro mundo)

Daí por diante é uma completa viagem ao tempo. No bairro histórico, tudo é encantador. As ruelas de pedra, a muralha, o píer, a Igreja Matriz, o porto de iates, as casas feitas a barro e pedra, os telhados desnivelados, as luminárias antigas a cada esquina, as ruínas do convento de São Francisco, os mais de 100 degraus para subir ao antigo farol.

Seguindo o Paseo de San Miguel, ao lado da Puerta de la Ciudadela, fica uma enorme muralha com vista para o Rio da Prata. A vista é linda e vale a pena subir nas pedras do muro para ver o resto da cidade e a imensidão do rio.

 (As muralhas e a imensidão do Rio da Prata, que se confunde com um mar)

Entre as histórias locais, uma delas me chamou atenção. Dizem que na famosa Calle de los Suspiros, havia um prostíbulo e os suspiros vinham dos quartos das “meninas” durante o trabalho. Lá podemos ver as casas mais antigas da cidade. Reza a lenda que quem subir e descer três vezes a pequena ladeira nunca mais terá problemas amorosos.

(Problema amorosos  nunca mais? Vale a pena tentar...)

A região próxima à Praça Matriz é uma das mais tranquilas e arborizadas do bairro histórico, ideal para se deixar levar pelas ruazinhas pitorescas, como a Calle 18 de Julio. Dá para passar horas por ali em busca do ângulo mais bonito para fotografar as casinhas e todos os modelos mais antigos de carro que você possa imaginar. Esses carrinhos são uma atração a parte: eles funcionam de todas as formas possíveis, como porta retrato, como vasos de jardim, com muitas plantas e flores, e até como bares, com mesa e bancos por dentro. Todos têm os pneus furados e funcionam como enfeites da cidade.

A cidade tem típicos azulejos pintados a mão espalhados em muros e casas. Logo, nada mais normal que possuir também um Museu do Azulejo. É o mais visitado dos museus locais e tem um acervo com mais de 3 mil peças de cerâmicas de origem francesa, espanhola e portuguesa dos séculos 18 e 19. O atrativo fica em uma pequena casa de estilo português erguida em 1750 e que ainda tem paredes e pisos originais.

(Um dos "enfeites" da cidade)

O farol de Colonia del Sacramento, localizado na Plaza Mayor, é único no Uruguai devido ao seu formato. Ele começa em uma base quadrada e se vai ganhando um contorno cilíndrico a medida que se torna maior. Foi construído sobre as ruínas do convento de São Francisco e inaugurado no ano de 1857.


Apesar dos seus 118 degraus, tem uma linda vista na parte mais elevada da cidade. Ok, para ser sincera, eu não subi os 118 degraus. Deu uma grande preguiça... mas eu não tenho dúvidas de escrever isto, pois subi as muralhas próximas à Puerta de La ciudadela e a vista já era incrível!


(Ruínas do convento e o farol de Colonia del Sacramento atrás)

Outro ponto de interesse é a basílica do Santíssimo Sacramento, que está localizada no centro histórico. Construída em 1680, é considerada a igreja mais antiga do Uruguai. Ela traz características arquitetônicas portuguesas e espanholas e já passou por várias reconstruções devido a conflitos nacionais. Ah, a entrada é gratuita.

(A igreja considerada uma das mais antigas do país)

A Plaza Mayor é uma ótima pedida para o fim de tarde. Ali estão vários restaurantes e pontos turísticos, além de ter um ambiente agradável, em meio às lindas árvores que dão sombra às ruas e que compõe o cenário retrô.

Os restaurantes à beira do Rio da Prata dão um sabor ainda mais apurado aos deliciosos mariscos, paella, ojo de bife, cordeiro ao hortelão ou o tradicional bife de chorizo com papas frito, e claro, acompanhando o saboroso vinho uruguaio ou as tradicionais cervejas Patrícia ou Norteña. Um dos restaurantes mais disputados pelos turistas é o excêntrico El Drugstore (Calle Vasconcellos, 179). Quadros e paredes coloridas, boa música e um cozinheiro que prepara os pratos na frente dos clientes fazem deste restaurante uma parada obrigatória, nem que seja só para fotos. Do lado de fora, além de mesas ao ar livre, pode-se fazer as refeições dentro de um carro antigo, adaptado para esse fim.

(Que tal almoçar em um coche a moda antiga?)

Também não podemos deixar de experimentar os deliciosos sorvetes ou os sofisticados cafés do Freddo, uma gelateria argentina que faz bem o seu papel em terras uruguaias e fica na Plaza Mayor, no coração do centro histórico.

O Porto dos Iates é um lugar de grande atrativo durante o ano todo. Suas águas calmas são perfeitas para a prática de esportes naúticos. De lá é possível contemplar a baía de Colonia del Sacramento.

E para aqueles que tiverem a oportunidade de passar a noite ou até mesmo de retornar à Buenos Aires no último horário do Ferry Boat, não deixem de assistir o pôr do sol. Os dois melhores lugares para fazer esse programa são o Paseo San Grabriel, bem próximo ao mástil de la bandera, na Punta San Pedro, ou na extremidade do cais de iates. É imperdível!

(Fim de tarde no Paseo San Gabriel)

Para saber um pouco mais sobre Carol Lemos e ver como a viagem começou é só clicar nesse link.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Do outro lado do Rio da Prata

Em frente à Buenos Aires, no lado oposto ao Rio da Prata, fica a encantadora e graciosa Colonia del Sacramento. Ela é a Tiradentes do Uruguai para os mineiros, ou a Paraty do Uruguai para os cariocas. Visitar o local é fazer uma verdadeira viagem ao tempo! Ruas de paralelepípedo, casas de barro e pedra, ladrilhos nas paredes e, por toda a cidade, antigas luminárias amarelas que decoram e dão arte às suas charmosas ruelas.
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(Arquitetura antiga nas casas, ruas e até na disposição das árvores)

Fundada por portugueses em 1680, Colonia del Sacramento ocupa hoje o posto de Patrimônio Cultural de Humanidade pela Unesco.

(Azulejos e lamparinas)

Ao desembarcar no porto da cidade, você tem a opção de comprar um city tour, o que, na minha opinião, é uma grande perda de tempo. É um pecado ficar aproximadamente 3 horas dentro de um ônibus quando há tanto o que aproveitar. Sem contar que existem opções muito melhores: logo na avenida principal você se depara com várias lojas de aluguel de carros, bicicletas, motos e os incríveis... Incríveis carrinhos de golfe. Poderia ter feito um programa mais saudável, como um passeio de bicicleta ou mesmo uma caminhada, já que a cidade é totalmente plana. Mas não resisti e fui de cara no aluguel dos carrinhos de golfe!

Mas fique atento ao chegar na avenida principal pois logo aparecem 3 ou 4 vendedores tentando lhe oferecer o melhor preço para o aluguel. É como desembarcar na Bahia. Existe uma enorme diferença entre o que o vendedor diz e os preços reais. Vale a pena pesquisar antes de alugar, principalmente porque o real e o dólar são supervalorizados no Uruguai e o peso argentino totalmente desvalorizado. Os preços do aluguel giram em torno de 140 reais por carro, com capacidade para 4 pessoas.

(O Kawasaki do dia)

Pesquisei o melhor preço e ali estava meu companheiro do dia... Aquele encantador carrinho de golfe vermelho. Como nunca tinha dirigido um destes, estava bem empolgada com essa nova ideia Mas sim, como qualquer turista de primeira viagem, ao dobrar a esquina vi um outro rent a car com preços ainda mais baixos... mas não, nem hesitei em parar para não passar raiva! No próximo post, conto como foi o passeio pela cidade. Abaixo, um guia detalhado sobre...

Como chegar a Colonia del Sacramento

Para se chegar à cidade por Buenos Aires, há três companhias de transporte fluvial via ferry: a Buquebus, Colonia Express e a SeaCat. A viagem tem um tempo médio de 1h em embarcações rápidas. O check in deve ser feito com pelo menos 1h de antecedência e malas grandes podem ser despachadas, assim como ocorre em aeroportos. Muitos turistas compram o pacote para sair bem cedo de Buenos Aires e retornar de Colonia no fim da tarde. Porém, se tiver tempo, vale a pena passar a noite na cidade e voltar no dia seguinte, ou até mesmo seguir adiante para Montevideo ou Punta Del Este. As poltronas dos Ferrys boats não são numeradas, mas existe a primeira classe. A companhia disponibiliza também uma lanchonete para matar a fome durante a viagem.

(Um enorme avião, com mais espaço para enfileirar as cadeiras)

A Buquebus é a mais tradicional das três companhias, possui diversas opções de horários de travessia e, portanto, possui preços mais elevados que variam dependendo da época. É a única que possui o transporte de carro. Durante a viagem, podemos fazer algumas comprinhas no free shop do ferry boat com preços mais baixos que no Aeroporto Internacional de Ezeiza (Buenos Aires) e de Guarulhos (São Paulo). Em embarcações rápidas para day tour em tarifa programada pode sair em torno de 450 pesos argentinos.

A Seacat é a mais nova companhia que atua no trajeto Argentina-Uruguai e os preços são muito atraentes. Ida e volta em tarifa programada pode sair em torno de 200 pesos argentinos. Comprei os tickets da Seacat, mas a embarcação foi feita em um ferry construído pela Buquebus, ou seja, comprei uma passagem da Web Jet e voei de TAM.

(A paisagem depois de atravessar o Rio da Prata)

O Colonia Express é o competidor mais antigo da Buquebus em operação e tem preços bem acessíveis. Os barcos não são tão grandes quanto os do Buquebus, nem tão modernos quanto os da Seacat. Faz a travessia em uma hora e não transporta carros. Os preços variam entre 200 a 400 pesos argentinos dependendo do dia da semana.


Carol Lemos tem 28 e é formada em Engenharia de Alimentos. Nas suas últimas férias, foi para Buenos Aires com os amigos. Carol adora cozinhar, butecar e viajar e odeia, na mesma proporção, acordar cedo, fazer as malas e encontrar biscoito integral no avião. Ela também não gosta da palavra cerrado. Principalmente depois de ser barrada em um restaurante em pleno domingo a noite."Sabe de uma coisa que eu ODEIO nesse lugar? A palavra cerrado... eu gosto de abierto siempre". Carol continuou do lado de fora, mas fez amigos brasileiros que estavam por ali, rindo da situação. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Jornada em busca de diversão

Depois de um divórcio de cortar o coração, Bob Sullivan decide jogar tudo para o alto e passar um ano fora do país até encontrar novamente a felicidade. E a sua, ele tinha certeza que podia recuperar fazendo as três coisas que o homem mais parece apreciar: bebendo até se esquecer do próprio nome, jogando sem se importar muito com o dinheiro, e transando com as mulheres que quisesse sem amarras sociais do matrimônio. Assim, ele decide passar quatro meses na Irlanda, quatro em Las Vegas e outros quatro na Tailândia. Essa história parece similar?

(Foto tirada desse link)

Para quem tem certeza já ter lido algo a respeito antes, não se preocupe: você tem razão. Em 2008, a estadunidense Elizabeth Gilbert lançou o Comer, Reza, Amar, livro que vendeu mais de 4 milhões de cópia em todo o mundo e ainda desembocou em um filme de mesmo nome. Nele, a autora conta o que aconteceu no seu divórcio e todos os detalhes que a fizeram decidir viajar pela Itália, Índia e Indonésia, em um ano sabático de prazer e auto-conhecimento.

Mas se o protagonista da história fosse um homem, para onde ele gostaria de ir? O que ele faria para recuperar a felicidade? Foi assim que surgiu a sátira Beber, Jogar, F@#er. O autor, Andrew Gottlieb, não fez a viagem para contar como tudo se passou, mas com uma imaginação fértil e a ajuda de todos os clichês masculinos possíveis, ele construir uma história que daria inveja a muitos marmanjos.

E atenção: quando digo que o livro é uma sátira é uma sátira mesmo. É preciso ter bom humor para rir dos clichês masculinos, das verdades inconvenientes e até dos momentos em que ele tira sarro descaradamente a narrativa de Liz Gilbert. E ele faz isso logo no capítulo 1, ao repetir a frase "Eu queria que Giovanni me beijasse", mas trocando o masculino Giovanni por Giovanna. Com a diferença, claro, que Liz Gilbert está comendo uma pizza na Itália e o protagonista Bob está em pub irlandês, completamente bêbado.

A partir daí, o autor faz diversas referências ao livro. Por vezes, dá a entender que ele é o próprio marido de Liz Gilbert, que inclusive tem pesadelos com o mais recente namorada da ex-esposa (Em Comer, Rezar, Amar, ela encontra um homem bem mais novo logo depois do divórcio). O momento mais hilário está na página 152, quando Bob vê um guru espiritual tendo aulas de ginástica em uma academia de Las Vegas: "Não sei o que surpreendeu mais, que Deepak Chopra tem um personal, que agora eu conhecia o personal de Deepak Chopra ou que Deepak Chopra estava agora em Las Vegas. Eu imaginava que ele estaria em algum lugar espiritual e elegante, como a Itália, ou a Índia ou, sei lá, Bali, talvez."

Eu, que não sou uma devoradora de livros, o li em algumas horas. As histórias são divertidas e a linguagem bem fácil. Chega a ser interessante algumas frases do livro que mostram claramente a forma de pensar masculina. Em alguns momentos, porém, o livro é bem fraco. A parte da Irlanda é, sem dúvida alguma, a mais divertida e a que tem as melhores histórias. Em Las Vegas, algumas histórias parecem forçadas demais e para que aquilo aconteça com uma pessoa real é preciso muita sorte. Mas ok, ele não está mesmo ligado à realidade.

Quando ele começa a descrever suas aventuras na Tailândia, porém, é decepcionante. Quem espera histórias picantes pode esquecer. Depois de passar alguns dias em um relacionamento se, compromisso com uma jovem indiana, ele larga toda e qualquer oportunidade sexual que sua estadia pudesse lhe oferecer para se entregar a uma mulher que ele conhecera na Irlanda. O livro termina no melhor estilo bobo-apaixonado que se pode imaginar. Apesar das piadinhas que permeiam a narrativa, é um final bem mulherzinha para um livro que tinha uma pegada mais masculina.

Ainda assim, eu recomende o livro, principalmente para aqueles que querem algo leve, divertido e que já se perguntaram o que aconteceria com um homem que estivesse tentando juntar seu coração fazendo as escolhas mais inusitadas do mundo. Pode dar certo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Onde comer em Foz do Iguaçu

A viagem para Foz do Iguaçu incluiu uma das paisagens mais bonitas do Brasil, passeios fantásticos, o encontro com pessoas incríveis e muita, mas muita comida. Acho que como mais da metade da população mundial (sou capaz de chutar que somos 90%) como além da medida quando a situação pede. Não chego a me arrepender nem a me martirizar, mas exagero. E isso aconteceu todos os dias em Foz. Culpa da minha falta de freio? Talvez. Mas eu prefiro dizer que foi culpa da comida mesmo, sempre deliciosa.

A comilança começava logo no café da manhã (ah... cafés da manhã). O Hotel Bella Itália tem um café com mais de 120 opções de comida. Frutas, iogurtes, pães, pratos quentes, bolos e, para completar uma mesa só com quitutes de festa junina que incluía pé-de-moleque, bolo de amendoim e pinhão.

(COMO não exagerar?)

Mas na verdade, nada era páreo para o waffle com calda de chocolate. Essas coisas se espalham. No primeiro dia, poucos sabiam que ele existia, mas no final já era item obrigatório no prato de todo mundo.


O Hotel Bella Itália não tem só um café da manhã delicioso como também promove uma noite italiana todos os sábados. O esquema é simples: há uma mesa de comidinhas da qual você pode se servir a vontade e, enquanto isso, os garçons passam com diversos tipos de massas diferentes, como em um grande rodízio. Mas a estrela da noite é a mesa de queijos que fica logo na entrada. Essa é a maior mesa de queijos do Brasil, com dezenas de tipos e marcas nacionais e internacionais...!

(A gulodice é amarela. Foto de Monique Ribeiro - Diário Radical)

E por falar em jantar, a nossa sexta-feira foi regada a bife de chorizo autenticamente argentino e Moet Chandon no delicioso El Quincho del Tio Querido. A única dificuldade foi chegar lá, pois ficamos um tempo parados na fronteira entre Brasil e Argentina. O restaurante fica em uma casa de madeira e tem mesas do lado de fora e do lado de dentro. A vantagem de ficar lá dentro é poder ouvir os shows de músicas tradicionais, como boleros e tangos.

(Pedro Serra e Flávia Peixoto na porta do delicioso - e divertido -  El Quincho del Tio Querido)

A comida era incrível e vinha sempre em grandes quantidades. Primeiro foi servido pão com chimichurry, depois salada, depois batata frita e outras porções e para completar, um suculento pedaço de bife de chorizo. Ficamos conversando a noite inteira e no final eles serviram a sobremesa: sorvete de baunilha e doce de leite dentro de uma casquinha crocante de chocolate, com calda por cima.

(Um desejo na vida: chimichurry como molho especial)

A carna também foi o item principal no dia em que fomos almoçar na Churrascaria Bufalo Branco. Junto ao grupo tinham cinco estrangeiros que ficaram bastante entusiasmados com o rodízio de carne brasileiro, algo pouco usual lá fora. Não sei se algum deles já tinha visto algo parecido, mas além de comerem bastante tiraram foto com o chef e com os enormes pedações de picanha assados na hora.


Não sou uma pessoa carnívora então peguei um peito de frango ali, uma alcatra aqui, e me esbaldei no bufet de comidas sortidas; E claro, nos doces. 


Para completar o festival de calorias acumuladas (com muito prazer, obrigada), tenho que citar o Porto Canoas. Visitamos o restaurante em duas oportunidades diferentes. A primeira em uma noite especial que juntou todos os participantes do Festival de Turismo das Cataratas do Iguaçu. Nesse dia a gente ainda não tinha visitados as famosas cachoeiras de Foz e fiquei curiosos por saber a localização exata do restaurante. Era a noite e não conseguia ver muita coisa, mas sabia que o rio Paraná passava embaixo do local e escutava o barulho das águas.


A outra visita ao Porto Canoas aconteceu logo depois do passeio pelos Cataratas. Fomos almoçar no restaurante que, além self-service completo com muitas opções de salada, pratos quentes e doces, tem uma vista espetacular das quedas d'água: a poucos metros dali estava a Garganta do Diabo.

(Com uma vista dessa fica difícil ir embora)

Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e as comilanças!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Outros passeios em Foz do Iguaçu

Foz do Iguaçu é o segundo destino que mais recebe turistas no país. O motivo principal é um só: ver as CataratasMilhares de pessoas atravessam estados, países ou mesmo oceanos para ver as 275 cachoeiras que compõem a paisagem. O cenário é mesmo espetacular! Mas se com no máximo dois dias dá para ver as Cataratas de quase todos os ângulos possíveis... o que mais dá pra fazer na cidade? Abaixo, alguns dos passeios que fiz e recomendo.

Parque das Aves

Quando falaram em Parque das Aves pensei que ia fazer uma visita ao zoológico da cidade. No caso, um zoológico só de pássaros. Felizmente, eu estava errada.

(Blogueiros ouvindo as instruções da Kárin, na entrada do Parque das Aves)

São quilômetros de área verde preservada ou reflorestada. Tudo feito pelas mãos do casal Dennis e Anna Croukamp. Eles não tiveram ajuda do governo e não fizeram o parque como uma compensação ambiental a algum empreendimento. Ao que tudo indica, era somente um casal rico, apaixonado por pássaros, que encontrou  em Foz do Iguaçu o local perfeito para o sonho de "criar um parque temático dedicado à conservação dos animais".

(Flamingos são animais que vivem em bandos com outros milhares de animais da mesma espécia. O espelho é uma forma de fazer com que eles se sintam seguros por estarem rodeados de "coleguinhas)

O início do passeio acontece entre grandes gaiolas de aves. Algumas delas guardam espécies em extinção que estão ali exatamente com o intuito de se reproduzir. O pessoal do parque também realiza diversos estudos com os animais para entender um pouco mais dos seus hábitos e poder ajudar no desenvolvimento da espécie.
Até então, tudo certo. O Parque era enorme e parecia cumprir a sua função de refúgio daquelas espécias. Isso sem contar nos pássaros coloridos que faziam aquele espaço ser realmente especial. Mas poucos minutos depois a gente deixou de ver tudo do lado de fora e passou a entrar nas gaiolas. Os pássaros voavam por cima de nós e pousavam do nosso lado. É possível ficar a poucos centímetros de distância de um canário, arara, papagaio ou mesmo um tucano. Por vezes, é possível tocar em um deles.

(As lindas cores desses tucanos não foram captadas com zoom!)
(Esse tucaninho colorido fazia dengo igual animal de estimação...) 

O viveiro mais legal era o das Araras, o último do passeio. É um espaço realmente enorme com dezenas delas voando para todos os lados. Elas estão paradas e em questão de segundo abrem as asas e passam por cima das cabeças de todos. Algumas chegam tão perto que, no susto, todo mundo se abaixa! É incrível. Vi muitas crianças e adultos maravilhados com as aves ali dentro e acho que o Parque faz a sua parte no desejo (um dia, coletivo) de restaurar ou pelo menos preservar a flora brasileira.

(Algumas das araras no viveiro mais esperado do passeio)

Itaipu Binacional

Aquele tanto de água que eu vi descer o curso do rio não serve só para encher os olhos dos turistas, mas para gerar energia a milhões de pessoas.

Tudo graças a Usina Hidrelétrica de Itaipu, inaugurada em 1982. A história começou ainda em 1973 quando Brasil e Paraguai assinaram um acordo que tinha como objetivo o uso do rio Paraná para fins energéticos de forma igualitária entre os dois países. A partir de então, os governos de ambos os países trabalharam juntos não só para encontrar o melhor local para a edificação da usina mas também em todos os processos, desde a construção da barragem até o aproveitamento financeiro.

(Vista das comportas)

Itaipu gera 14 mil megawats por hora, o suficiente para iluminar 50 milhões de casas. É difícil imaginar como essa estrutura gera tanta energia. Um dos únicos momentos em que visitantes como nós conseguem realmente sentir a força das águas é quando os vertedouros estão abertos. Não é uma cena muito comum pois a usina atende as necessidades de geração de energia e não as necessidades fotográficas dos turistas. Em 90% do ano o vertedouro fica fechado pois o nível de água dentro da barragem normalmente é estável. Quando esse nível ultrapassa o limite crítico (por excesso de chuva ou outro motivo extraordinário) os vertedouros se abrem. Isso acontece cerca de 40 dias por ano. E aquele era um deles.

(O dia estava chuvoso e estava ficando quase tão molhada quanto no dia do passeio pelas Cataratas. Mas ver o vertedouros abertos valeu a pena)

É um cena incrível. A gente sabia que tinha dado sorte. Afinal, é raro o volume de água ultrapassar os limites de uma barragem com 196 metros de altura (o tamanho de um prédio de 65 andares) e 2,5 km de extensão. Ela tem capacidade de armazenamento de 63 milhões de litros d'água...
(A faixa que marca a fronteira entre Brasil e Paraguai e, embaixo, um pouco do que é possível enxergar para quem está na barragem)

Depois de toucas "de cozinha" e capacetes a postos, itens obrigatórios para trabalhadores e visitantes, entramos em Itaipu. É possível visitar quase todos os espaços internos. Há duas coisas que mais me chamaram atenção. Uma delas é o painel de fotos em uma sala que mostra imagens aéreas em diversos momentos da construção da Usina. Não é preciso fotos para quem tem a curiosidade de olhar para cima e para baixo em diversos momentos e ver como o local é assustadoramente gigante.

Outra parte legal é a sala de controle. Ok, ela parece uma nave espacial e isso já é intrigante por si só. Mas o melhor é a forma como trabalham. A sala está na fronteira entre Paraguai e Brasil. Metade perfeita está em um país e metade em outro. 11 técnicos trabalham ali sendo 5 brasileiros e 5 paraguaios. O décimo primeiro é o técnico geral e na verdade são dois: eles cumprem turnos de 6 horas cada. Porque dois? Um é paraguaio e outro brasileiro, claro. A sala não só comanda as operações de toda a usina como também dá o exemplo para todos os funcionários mostrando que aquele território é realmente binacional. É ali que vemos que o tratado assinado em 1973 é sempre atual.

(A cada dois tubos desse passa uma Catarata inteira... Dá para encostar no tubo e sentir a força da água passando. Abaixo, a sala de controle)

Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e nos acompanhou em todas as aventuras!